Regresso e ponto de situação

Regresso e ponto de situação

O Leonardo e a mamã estiveram de férias - férias de verão. 
Hoje começa o outono e começa, também, uma nova etapa. Retornamos às nossas rotinas, um pouco mais amadurecidos.

A mamã teve dois meses afastada de tudo. Foi um período que eu chamo de transformação - ou como quando uma cobra muda de pele, mas no meu caso, uma muda interior. Aos 35 anos, sinto que alcancei outro nível (outro nível de pensamento). Comecei a descobrir-me, a compreender-me, a conhecer a minha identidade e a aceitá-la.

Como li: os desafios trazem com eles a dádida de aprender a verdade. A verdade dá sentido a tudo. Não se pode aprender a verdade com os outros. Deve descobrir-se por si próprio. Algumas pessoas têm de bater no fundo antes de estarem dispostas a aprender a salvar-se. Eu bati no fundo, a minha situação (que não vale a pena expôr) ficou cada vez mais díficil, dolorosa e irritante de passar e eu senti vontade de pedir ajuda.

Tive um apoio espetacular. Notei pequenas evoluções de dia para dia. Também comecei a enxergar o mundo de outra forma e conheci pessoas fantásticas! Aliás, eu sentia falta de conhecer pessoas, pois começava a isolar-me. Apercebi-me que inspiro muitas outras pessoas e reconheço, ainda mais agora, que sou um ser humano fantástico. De grosso modo, tirei um tempo para mim. Foi uma fase fantástica. O reinício. Há sempre lições novas para aprender.
A viagem não é igual para todos. O que é o caminho certo para um pode não ser o caminho certo para outro. Só o coração sabe o caminho. Quando somos confrontados com bifurcações no caminho e confiamos na ideia de outra pessoa sobre o caminho que devemos seguir, perdemo-nos. É precisamente assim que as pessoas se perdem. Perdem-se seguindo o mapa de outra pessoa. Só eu posso dar os meus passos.


O Leonardo esteve sem mim, mas por uma muito boa causa: reconstrução da mãe (aquela que eu acho que ele merece ter).

Em primeiro estarei sempre eu, pois se a sua mãe não estiver saudável, ele também não estará. Quando a mãe está feliz, o filho está feliz! E não, não me sentirei culpada por fazer o que é melhor para mim. Porque agora o mais importante é amar-me, aceitar-me, aprender a dar valor ao que sou, ao que possuo, ao que EU penso, sonho, falo e vivo. Se estiver satisfeita comigo mesma, saberei desfrutar a vida. 

Com quem esteve ele? - Eu sei que ninguém pode substituir a mãe. Mas ele tem um pai, tem avós. 50 dias não são o fim do mundo. Aliás, aprendi que nada é o fim do mundo! Aprendi a relativizar. O Leonardo é uma criança que se adapta bem a qualquer ambiente e com toda a gente. Esteve em Portugal, brincou muito ao ar livre, conviveu com outras pessoas, ... - ou seja, esta pausa teve as suas vantagens (imensas). Aprendi a ver o lado positivo das coisas e não pensar muito, mesmo se eu sentia (pelos momentos que o via na câmara) que eu lhe fazia falta. Ele esteve com as pessoas que lhe querem bem.

O que stressa mais as mães são os seus próprios filhos. Então, para o nosso próprio bem, devemos fazer a diferença: o que é urgente e o que é importante.


Leonardo e mamã a matarem saudades. (24 de julho)


O Leonardo está quase com 3 anos. Continua uma criança muito meiga, de dar beijinhos e fazer carinhos. Emociona-se, por exemplo, quando sente saudades da avó Graça, com quem passou muito tempo. Chora e pede a avó Graça ou simplesmente vêm as lágrimas quando algo lhe faz recordar a avó. É uma criança muito inteligente - nota-se bem no seu discurso verbal. Quer fazer tudo sozinho, sem ajuda de ninguém. Se alguém se mete no seu caminho ou fica irritado diz, prontamente: "Vai-te embora!" Não sei se será uma fase ou um traço da sua personalidade, mas encontro-o um pouco torto; não concorda com quase nada, tem sempre o não na ponta da língua como resposta. Quando algo não corre do jeito que ele quer ou gostaria diz "Não gosto de ti". Claro que eu depois respondo-lhe que eu gosto muito dele, não aumento a tensão que ele já sente, nem quero que ele sinta que perde alguma parte do meu amor por ele, por ter feito algum disparate. Sim, ele faz muitos disparates agora, principalmente, o bater. Eu já não grito com ele. Respiro fundo, e digo-lhe que estou chateada com o que ele fez e que ele não gostaria que lhe fizessem o mesmo. E pronto nada de lhe provocar medo ou aumentar a gravidade da situação. Pois ele ainda não tem cérebro para compreender tudo como nós adultos. E ele depois reconhece e vem pedir desculpas. Que é uma coisa que não se deve obrigar (pedir desculpas). Quando estou chateada com ele, coloco o meu ar bem sério e digo-lhe as coisas que ele não aprecia ouvir, mas é assim que lhe transmitimos a segurança e a confiança, também. Como sou professora, experimentara bem o recompensar positivamente. Aqui resulta muito bem o reforço positivo.

A nível físico, está muito bem desenvolvido. Corre, salta, pendura-se, sabe andar de trotinete, de bicicleta com e sem pedais/rodinhas, trepa, joga à bola, joga hockey com o papá - (ver vídeo I), enfim tudo o que uma criança faz. Aprendeu a mergulhar, saltar para a piscina, "nadar à cão" com braçadeiras, claro. Adora piscina e praia. E, adora dannnnçççaaaaarrrrrr!

Sabe cantar algumas canções portuguesas (ver vídeo II).

Continua a comer muito bem, sem problemas. Pois também evito dar-lhe algo entre as refeições. O peso, perto de 18kg e a altura estão proporcionais. Saiu da curva do sobrepeso. Uff.
Faz uma sesta à tarde de 2 horas. Tudo impecável.


O desfralde começa hoje.




Vídeo I



                                                 Vídeo II


No próximo post, escreverei sobre algumas lições que tirei; sobre o que mudou e o que precisarei, ainda, de mudar. O acto de escrever permite-me afastar os meus sentimentos e pensamentos dolorosos.


"O que é importante não se vê com os olhos."





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