Conselhos

Ninguém disse que era fácil...

Sempre disse que o meu filho seria um príncipe. Ele será o que for. Não depende de mim. Depende dos pais - os principais modelos da sua educação -  e da sua personalidade. 

Eu sou bastante exigente no aspeto da educação, aliás perfecionista! (Tenho de ter mais calma)

Eu quero o melhor para o meu filho, como a maioria das mães, como a maioria dos pais. Fazemos o melhor que sabemos. (O problema é se não queremos saber.) Considero que tenho qualidades muito boas: imensa vontade de aprender, de saber mais e espírito crítico. Assim sendo, procuro estar atualizada; questiono-me, frequentemente, o porquê das coisas e analiso de acordo com a minha experiência e sabedoria. Não sou uma Maria vai com as outras - nem me lembro de alguma vez o ter sido. Mais depressa sou contra e diferente da sociedade, do que igual e "normal".

Bom, mas não sou perfeita. Os meus erros também me permitem tirar lições. Ainda bem que erro! Amadureço. 

Eu não julgo a educação que o pai do meu filho lhe dá. Ele age de acordo com o que sabe, tal como eu. Nem sempre estamos de acordo e isso levou-me a ter dois filhos. Neste meio ano que passou eu fazia uma coisa, que deixarei de o fazer: impôr a educação que quero dar ao Leonardo. Passei muito tempo a transmitir os meus conhecimentos ao pai. Simplesmente, ele não reflete como eu. É uma pessoa diferente, pensa diferente. 

Nesta fase em que está o Leonardo, os pais devem ser coerentes na educação. Como mãe, e muito sensível, e como educadora, comecei a ver as coisas a descambar - coisas que tenho construído com o Leonardo a destruirem-se e irem longe de mais. O desenvolvimento infantil é um assunto que me fascina. Adoro crianças. Adoro pessoas. Gosto de observar, de as estudar. Penso muito... O que tenho notado é que as pessoas têm perdido a noção do que é ser uma criança. Exigem que estejam em silêncio, sossegadas. Não. Não faço isso ao meu filho. Onde ele não puder fazer barulho ou mexer-se, não é lugar para ele estar. Ao tentar proteger de mais o meu filho de uma educação autoritária, entrei em choque com o pai. Não sou de acordo com a palmadinha/o bater em crianças. E (para não me alongar) nesse sentido, hoje tive uma conversa com o pai (daquelas que tinha há três meses). Voltei a aconselhá-lo (para o seu bem, claro) (mas não voltarei a repetir-me):

- Não lhe digas que os polícias são maus ou que o senhor fica chateado se ele faz não importa o quê... Simplesmente diz-lhe o que queres que ele não faça;

- Faz um esforço (pois, tens mais a ganhar) em usar uma disciplina positiva, como eu. Repara nas coisas positivas que ele faz e elogia-o, não estejas focado no negativo;

- Quanto menos palavras usares com o Leonardo, melhor. Ele tem 3 anos. (E muita atenção, palavras que ele conhece bem);

- Repreende-o, no momento. Pára o que estás a fazer e atua no momento. Não esperes por mim para meter a ordem na situação, ou nem mesmo esperes 5 minutos;

- Não mintas. Se vamos tirar o brinquedo, vamos mesmo. Senão mais vale não dizeres nada;

- Impõe o respeito. Não entres em guerras com uma criança. Não estamos a ver quem ganha e fica contente. Dessa forma tenta não te repetires. Um pai deve dizê-lo uma única vez. (E não é porque está mais tempo comigo que aprendeu a me respeitar - o tempo não é fator aqui) Usa um tom mais firme na voz. Evitar dizer o não - esta é outra luta valente, entre mim e o pai. (O fruto proibido é o mais apetecível);

- E, muito, muito importante: não deixar a parte do retorno à calma da criança para a mãe. Se meteu a criança a chorar, seja ele a acalmá-la, também. Interfira do início ao fim. Este trabalho sobra sempre para mim. Não concordo. 

Eu dou muitas oportunidades ao pai para se aperceber das dificuldades que passo para educar: quando é ele que está a repreender/ralhar, eu não interfiro. Não concordo que seja tudo para mim. É fazendo que se aprende melhor - melhor que ouvindo os meus conselhos. :D

Partilhem as partes difíceis, não queiram ser vocês, mães, a fazer tudo. Deixem os pais experimentar. Senão chegarão ao limite, como eu. :(

A minha riqueza