Criança que bate

Quase, quase a chegar aos 3 anos

Aqui está uma foto do Leonardo, em pleno momento de agressão a outra criança. O que me custa ver este tipo de comportamento... 



Com quase três anos, o Leonardo faz (ou fazia) o que não é incomum nas crianças: bater. Nesta idade, sabemos que as crianças ainda não têm competência cognitiva para lidar com a frustração e raiva.                                  E imitam! (Esta seria outra "explicação"...)

Para as crianças, o bater funciona como modo de comunicação. Não é violência. Não o faz com intenção nem maldade. Porque nesta idade as crianças são egocêntricas - não se colocam no lugar do outro para saber que podem provocar efeitos/dor no outro.
Para elas é mais fácil baterem do que estarem a tentar uma comunicação mais elaborada. Porque ora se encontram cansadas, ora frustradas, ora excitadas (que nem se lembram que sabem falar). Para elas isto resulta. Não é fácil, para elas, sairem deste ciclo de modo de comunicação não apropriada. Requer muita paciência e tolerância. Mas, sim, um dia deixarão de o fazer. Por imitação, aprenderá a agir de outra forma. Por tanto ouvir, a educação vai entrando. Por isso, é importante saber olharmos o nosso próprio comportamento. Deixar o telemóvel quando estamos com elas. Porque esta idade é a mais delicada, a mais sensível. É a idade de desafiar, provocar, pois são mais inteligentes agora. É o momento de ser firme. E muito importante: não podemos agir como elas, e sim, como os pais delas, muito mais sábios e emocionalmente controlados. (Pois, em princípio os adultos não se batem...) Então, mais uma vez digo: nada de usar a violência. (no caso do adulto é violência, pois este sabe que magoa)

Hoje, consigo notar que o Leonardo regula melhor os seus impulsos. Ao início, foi preciso adverti-lo no momento que agredia, retirá-lo da situação; depois, ensinar sobre as emoções; passou por uma fase que verbalizava "Não gosto de ti. Vai-te embora.""Estou chateado" .... Depois tomou consciência das consequências que tinha quando batia, e começou a melhorar. As consequências eram do género retirar-lhe privilégios (abandonar o parque, não passear, ficar chateada com ele, não brincar com ele...) Bom, é tudo uma questão de "negociar".
E, agora, nesta fase, o elogiar quando ele consegue controlar-se. Tem resultado. Hoje, recomeçou a creche - o sítio ideal para bater, ne?! (A minha grande preocupação...) Mas afinal: não bateu em nenhuma criança. Uff. Sei que não vão ser os dias todos assim, porque as crianças sentem-se irritadas de vez em quando e até aos 6 anos pelo menos sabemos que este tipo de resposta é a mais instintiva.

Mas hoje, sem a minha presença, ele controlou-se. E eu estou muito contente.

Este último mês, o que achei mais engraçado no Leonardo foi ele começar a ter capacidade de denunciar tudo. Por exemplo, o pai chegava a casa e a primeira coisa que ele dizia não era "Olá", mas sim: "Papá, eu hoje chorei muito, fiz disparates... A mamã chateou-se... Eu fiz isto... Eu fiz aquilo... A mamã fez isto... A mamã fez aquilo... "

É uma idade gira. :)


Nota: quando a criança fortalece os laços com os pais, a hipótese de voltar a agredir, para resolver as frustrações, é menor.

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